domingo, 13 de março de 2011

AMEI-TE!....


Apesar de tudo, sempre esperei o teu regresso...

Estúpida, mesmo depois de todas as provas que me mostravam o contrário, ainda tive a coragem de te perguntar se querias continuar... E aguardei o teu sim! Aquele sim que eu tanto desejava! Aquele sim tão merecido depois de tudo o que eu passei por ti naqueles dias… Por nós! E enquanto esperei pela tua resposta, sonhei que me dizias aquele 'sim'... Ou que nem dizias, que me mostravas um sorriso apenas, e que me fazias feliz! Sonhei que fizeste de mim a menina mais feliz do mundo e vieste comigo, que fomos juntos neste sonho, que voamos, que sorrimos, e que éramos um só! Sonhei que me fizeste acreditar que o mundo não tinha fim, que éramos nós quem criava o tal ‘momento certo’! E sonhei que dançavas comigo a dança das estrelas enquanto a lua iluminava os pequenos bichinhos que compunham a linda melodia que agradava aos meus ouvidos. Sonhei que me agarravas e me guiavas neste baile que me faria adormecer nos teus braços. E nesse sonho tu prendeste-me a ti… com mais força, com mais determinação do que antes! Mostraste-me que todas as dúvidas eram parte de um passado que nunca existiu. Fizeste-me sentir que não eras de gelo, que tinhas amor para me dar, que eras capaz de me aconchegar e aquecer quando a música acabasse. Sonhei que me tiraste aquele medo… O medo que tinha quando percebia que a minha felicidade dependia inteiramente de ti! Sonhei que me salvaste do buraco para o qual me atiraste e que parecia ter o seu fundo aguardando ansiosamente a minha chegada. Sonhei que me tiraste daqui. Levaste-me contigo, nem sei bem para onde. Levaste-me apenas contigo. Envolveste-me nos teus braços e deste-me a segurança que eu precisava. Fizeste-me crer que podiamos tocar o céu, que podiamos partilhar os nossos sonhos e, juntos, torná-los realidade, a mais linda das realidades. E nesse mesmo sonho, tocaste-me no rosto e disseste-me o que eu queria ouvir. E abraçasre-me mais uma vez… Sonhei que deixaste que eu sentisse o cheiro do teu cabelo, o teu corpo junto ao meu, a minha alma presa à tua, o teu coração a bater por mim e deste-me permissão para permanecer assim toda a vida. Neste sonho que sonheitudo era perfeito e tu disseste-me que sim, pois eu não estava pronta para abdicar desse sentimento adormecido que havia dentro de ti, não estava apta para renunciar do teu amor. Não queria mais sentir-me patética, cega ou obcecada… Queria apenas sentir-me apaixonada, pois era tudo o que eu era naquela altura. E não queria ter que me apaixonar por outra pessoa. Queria-te a ti, só a ti! E se fosses tudo o que eu tivesse na vida, tudo bem. Não precisava de mais nada, não precisava de mais ninguém, desde que estivesses comigo. Mas não te queria desta forma… Não te queria distante como ultimamente estavas. Queria-te do meu lado, queria-te aqui presente SEMPRE! Se assim não fosse nem valia a pena tentar… Mais valia despertares-me com um ‘não’! Mas agora não seria um sonho e não bastava um acenar de cabeça, um gesto de pena, ou mesmo uma lágrima que tu nunca deixarias cair devido ao orgulho que guardas dentro de ti. Queria um não! Queria sentir as tuas palavras a tocarem-me no rosto. Queria que me matasses de uma vez, precisava que o fizesses! Não queria continuar na corda bamba, estava demasiado cansada para continuar a lutar para me manter de pé, para encontrar o equilíbrio já perdido que me tinha custado tanto a conquistar! Sintia-me fraca… Os sorrisos estavam a esgotar-se… O amor estava a sumir de mãos dadas com a vontade de viver. Preferia que acabasses comigo, que acabassses logo com este sofrimento! Dizias-me que não e desaparecias… Não te julgaria, aliás, pedir-te-ia mesmo que desaparecesses, pois não consiguiria continuar a ver-te, sabendo que não eras meu.

Cada sorriso, cada gesto, cada palavra, cada atitude, tudo parecia perfeito em ti! Não conseguia continuar a desejar ter algo que já era meu mas que ao mesmo tempo não me pertencia… Precisava de uma resposta… Que me matasse ou que me fizesse renascer, que criasse sorrisos ou desdobrasse lágrimas, qualquer coisa, só queria um ‘sim’ ou um ‘não’. Queria que fosses o homem que eu imaginei e tivesses a coragem de olhar-me nos olhos enquanto o dizias! Queria que me convencesses que cada dia de amargura tinha valido a pena, que a recompensa estava prestes a chegar, ou então que me mostrasses que me enganaste, que foste apenas uma ilusão para os meus olhos, só mais uma facada no meu coração, o acrescento de um espinho na minha alma. Queria apenas que acabasses com esse egoísmo que não te fica nada bem e destruísses apenas uns míseros segundos da tua vida a pensar em mim e naquilo que eu podia estar a sentir… A pensar naquilo que realmente era para ti, na importância que tinha e no lugar que querias que eu ocupasse na tua vida. Precisava que o fizesses!

Mas tu nem um 'sim', nem um 'não'...

Não te dignaste a expicar-me nada, a contar-me nada... Quiseste apenas um tempo para ti. Mais tempo ainda...

Se podia ter esperado? Podia... Se não te amasse tanto. Se não estivesse já cansada de tanto esperar. Se tivesse ainda força para continuar a lutar por nós enquanto tu não o fazias. E se desisti de lutar, não foi por não te amar mais, foi por não ter mais condições para sofrer. E não penses que segui o caminho mais fácil, porque dificil não é lutar por aquilo que mais se quer... ou por aquilo que mais se deseja... ou por aquilo que mais se ama... ou por aquilo que nos faz sentir bem... ou por aquilo que nos mantém vivos... Dificil é desistir de tudo isso quando o nosso coração implora pelo contrário. E agora perguntas: se desistir era o caminho mais difícil, porque é que o fiz?

Porque precisei de fazê-lo... Eu precisei de desistir... de desistir dessa luta que há algum tempo travava para te ter... precisei de desistir de correr para tentar encontrar-te... precisei de desistir de te ter para nunca mais chorar... precisei de desistir daquilo que mais amava e desejava na minha vida para não ter que sofrer...

Eu precisei de desistir de ti...

Porque quanto mais lutava mais tu te afastavas, e quanto mais te queria menos te tinha... Porque apercebi-me de que não valia a pena lutar por aquilo que sabia que já não era meu, que talvez nunca me tinha pertencido. Desisti porque, embora me custasse pensar nisso, sabia que não voltaria a estar nos teus braços como outrora tinha estado, sabia que não voltaria a tocar os teus lábios, que não teria mais momentos só nossos.

Desisti porque foste aquilo que mais adorei, mas também aquilo que mais me faz sofrer! Desisti por amor a mim e ao meu coração!

Por isso pus um ponto final e jurei a mim mesma que não haveria borracha que o varresse. Sabia que ia custar mas não podia permitir mais que este amor me tornasse ignorante, me tornasse cega. Chegava de sacrificar-me por ti! Já não havia perdão para o que me tinhas feito passar, fui demasiado benevolente, o limite tinha chegado! Tornei-te parte do meu passado e pedi com todas as forças para nunca me lembrar de ti no futuro… Quis apagar-te de vez da minha vida, desprezar a tua existência. E parti para uma batalha pela minha sobrevivência… Tentei continuar sem olhar para trás. Tentei tornar-me na Super-Mulher e fazer o impossível… E durante muito tempo lutei contra as lembranças daquele que eu julgava ter sido o homem que eu idealizei. Tentei fugir de todas as recordações, escondi-me de todas as memórias e muitas vezes desejei desaparecer. Tentei voltar a sonhar e a respirar direito. Pelo caminho ainda me apioei naqueles que nunca me abandonaram, mesmo quando os pus de lado depois de me dizerem que tu não me merecias, que sou bem melhor do que tu, talvez boa demais para ti até, e com eles retrocedi uns meses e encontrei de novo a alegria e vontade de viver que me caracterizavam. Refugiei-me nas boas recordações que tinha antes de tudo isto começar, para encontrar a felicidade que tu me roubaste em tão pouco tempo, com tão pouco esforço. Sabia que ia custar, mas não podia desistir de tudo o que tinha arquitectado antes de chegares, por isso retomei os meus planos, aqueles que deixei de lado por ti, os planos de uma vida… e esqueci que um dia tive outros nos quais te inclui. Fiz-me forte e tornei estes meses apenas uma pausa na minha vida e continuei de cabeça erguida. Com algumas lágrimas no rosto, é verdade, com momentos de fraqueza pelo meio, mas sempre de cabeça erguida!

Mas também é um facto que nada é fácil como imaginamos. E nada acaba da maneira que desejamos.

E ainda hoje, nada acabou... Ou se calhar nunca começou... Não sei bem...

E talvez seja por causa dessa dúvida que continuo a ter os meus momentos de fraqueza... Já não com tanta frequência, é claro, mas ainda existem... É difícil... Muito difícil... Mas aprendi a lidar com isso, e quando esses momentos menos bons chegam, eu (re)começo. E sofro. E choro. E irrito-me com tudo. E resmungo com todos. E deito-me desejando não acordar, e levanto-me querendo adormecer. E nada faz sentido outra vez. E tu és tudo o que quero. E a tua companhia é tudo o que preciso. E as tuas palavras e gestos mais simples são tudo o que peço. E choro. E sofro. E quase esperneio com tanta dor. E imploro pela tua presença enquanto te odeio, e pela tua ausência enquanto te amo. E no meio de tanta confusão, já nem consigo sentir, já nem a mim me consigo entender. E depois páro. Olho para trás. Valorizo-me. Amo-me a mim mais do que a ti. E sou feliz de novo porque, mais uma vez, ergo a cabeça com a certeza de que não fui eu quem perdeu e que tu não és digno de mim.

Porque o que não nos mata torna-nos mais fortes e faz-nos crescer... E eu cresci, e hoje tenho a força precisa para lutar pela minha própria felicidade sem precisar de ninguém, graças a ti. (Obrigada por isso.)

Porque tu nunca saberás que esta, que agora te escreve mesmo sabendo que não vais ler, te amou mais do que a ela mesma.

Porque nunca vais saber que, na verdade, nunca desisti porque nunca fui capaz de o fazer devido à importência que te atribuí.

Porque, embora tenhas sido o homem que mais importância teve na minha vida até hoje, apesar de ter sempre esperança que tu voltasses, e embora ainda te ame, hoje sou capaz de te dizer que já não te quero mais

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